segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Existe receita para boa gestão?

Seguramente a resposta da questão que dá título a esta postagem é “não”. Mais do que discutirmos se existe ou não uma “receita” para gerir as empresas, cabe a reflexão sobre qual é mais eficiente, pois sabemos – ainda usando a metáfora da culinária – que é possível ter o mesmo resultado ao final do preparo seguindo um caminho diferente (mesmo tendo desperdício de ingredientes ou de algum outro recurso).

Há quem diga que a criação de metas de desempenho para os profissionais é a melhor prática de gestão, há os que defendem o rigoroso corte de custos como caminho a seguir e há inclusive aqueles que trocam tudo o que há na empresa (do sistema de gestão aos funcionários) imaginando que uma nova implantação irá solucionar boa parte dos seus problemas.

É claro que intervenções no sentido de cortar custos e estabelecer metas para os colaboradores são importantes, mas estou convencido que para essas ações funcionarem e para que se possa ter uma gestão assertiva por tempo prolongado (o que é fundamental) o caminho é gerir os processos de negócio da organização. Este caminho, por sua vez, reflete as metodologias de otimização de processos como o Lean e o Six Sigma, tão consagradas pela literatura e pelo mercado (empresas como Motorola, General Electric e Toyota utilizam essas metodologias).

É muito comum questionarmos empresários e funcionários sobre o que eles fazem no dia-a-dia da empresa e recebermos como resposta um “não sei ao certo” ou “eu faço isso, mas não sei o motivo”; ora, já dizia Deming: “se você não é capaz de descrever o que você faz como um processo, você não sabe o que está fazendo”. A idéia por trás dessas metodologias é eliminar os desperdícios de um processo e reduzir suas falhas, o que implica em maior lucratividade e velocidade da operação e, em última instância, maior satisfação do cliente – o grande “dono do processo”.

Portanto, adotar uma gestão orientada para os processos é fundamental para identificar as reais causas dos problemas e atacá-las de forma correta, fundamentando inclusive outras ações como o próprio corte de custos que falamos anteriormente. Nem sempre a solução para uma transportadora que atrasa suas entregas é a compra de mais caminhões por exemplo, pois o problema pode estar na recepção da mercadoria, na emissão de nota fiscal ou na montagem da carga, e o gestor só irá enxergar a solução se ele enxergar o problema, nesse caso, o processo como um todo, de ponta a ponta.

É notório que a implementação dessas medidas não é algo trivial, mas isso é assunto para os próximos textos.

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